30/03/2010

Sobre acreditar

Acho que mentir já se tornou um hábito para a maioria das pessoas. Uma mentira pra evitar conflito, pra evitar desgaste, pra evitar decepção. Há quem chame também de omissão.
Mente-se sobre fatos, sobre pessoas e, principalmente, sobre si mesmo. Mentir é sempre uma forma de proteger a si mesmo. O ato mais egoísta que pode existir.
As mentiras vêm de todos as partes, travestidas de todos os jeitos. E sabe o que é pior? A gente sempre sabe. E acredita, mesmo sabendo que não é possível ser feliz sem a verdade.
Acho que foi o mau hábito (que eu também tenho) de mentir que me deixou assim, percebendo facilmente quem não me é sincero. Mas sempre existe aquela sensação (quase sempre falsa) de que pode-se estar perdendo uma oportunidade única.
Não dá pra dizer que funciona como uma bola de neve. Não existem mentiras grandes ou pequenas, são sempre mentiras. O que muda é o quanto elas te fazem sofrer, pois uma coisa é certa: mentiras nunca fazem o bem.
E a gente insiste em mentir, mesmo sabendo que mentira tem perna curta, que a verdade machuca, mas descobrir uma mentira deixa cicatriz pra sempre. A gente não gosta de dar a cara a tapa.
No fim das contas, me resta a certeza de que sempre tive razão, que aquela intuição de que as coisas estavam erradas era verdadeira e que nossos impulsos podem não ser comedidos, mas são sempre certos.
É sempre ruim descobrir que fomos enganados, ainda mais por quem, provavelmente, a partir desse momento não é mais importante pra nós. A gente fica com a sensação de que as coisas ruins acabaram superando as coisas boas, o custo-benefício não foi favorável.
Prefiro levar sempre lembranças boas, mas se essas não existirem, prefiro não levar lembrança nenhuma. Mágoa é uma planta que não costumo cultivar.

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