18/04/2019

Casa de palha

Seus braços no meu peito sem sobrar espaço.
Seu silêncio no meu dia ecoando o vazio do outro laço.
Não fomos, seremos.
Partidos ficamos.
As palavras que disse, a vírgula não quis escutar.
No lugar de não caber, passei a não mais estar.
Desvestido do sorriso, seu cheiro no meu cheiro.
Bastasse meu querer mandar, estaríamos num céu de desespero.
Caímos ao outono, chegada sem partida.
Céu limpo, suspenso, amargo,
Mas correto assim.
Escuro na lua nova, caído.
Sossego do deserto, ferido, seguido.