Faltando exatamente uma semana pro Natal e duas pro ano novo fico pensando o que foi esse ano de 2008.
Dizer que ele passou rápido é até desnecessário. Ele voôu.
Já não tenho mais noção de tempo. Não sei se as coisas importantes de que me lembro foram vividas esse ano ou no ano passado.
Foi um ano excepcionalmente solitário.
Percebi que estou quase mal acompanhada.
E digo isso sem o minimo temor de ofender meus 'amigos'.
Quantas vezes tive que passar por cima de mim mesma para satisafazer a vontade alheia.
Quantas vezes eu escutei as asneiras mais egosítas que poderiam existir e fiquei calada.
Quantas vezes frustrei-me esperando um convite ou um esforço, pequeno que fosse, para me agradar.
São coisas pequenas do dia-a-dia.
Como culparem-me por coisas que nem precisariam ser culpadas.
Como isentarem-se de culpa. "Eu não disse isso." E não perceberem que o fato de não dizer é suficiente para tornar-se cúmplice.
E simplesmente ter que procurar e direcionar culpa.
Essas coisas cansam a gente.
Quando lembro assim, de tudo o que as pessoas fazem e como criticam e culpam umas as outras, como elas fogem e como quase são apedrejadas, surge de repente um ódio que quase me domina.
E logo desisto desse rancor. As pessoas não entenderiam.
Não fui a festas.
Quase não me diverti.
Bebi todas as vezes para me libertar, mesmo sabendo que um porre te prende sempre mais.
Às vesperas do meu aniversário passei pelo já esperado inferno astral.
Mal pudera imaginar que tal inferno devia-se mais à soma de raiva e tristeza que habitava em mim, do que à astrologia.
Um mau humor crônico tomou conta de mim. E uma tristeza sem motivo que me fez parar, estacionar.
Não tive ódios nem amores.
Foi o ano da dívida.
Pra mim e pro Brasil.
E 2009, se Deus quiser, vai ser o ano da quitação delas.
Não vou dizer que o ano foi uma merda.
Eu fiz estágio, tirei carteira.
Voltei a igreja e a analista.
Mas pela primeira vez na minha vida não espero nada do ano que segue.
Não tenho desejos.
Desanimada, desmotivada, desconectada.
2008 tá acabando e não sei nem o que pensar.
O natal é geralmente uma época muito agradável, mas tenho tido preguiça até de levantar da cama.
