23/12/2010

Reflexões de ano novo

Chega o final de ano sempre aparecem posts melancólicotimistas nesse blog. Bem do tipo sofri-pra-cacete-mas-ano-que-vem-vai-ser-melhor. Tudo resultado das semanas e mais semanas pensando na vida. Geralmente essa fase reflexiva começa próximo ao meu aniversário. Essa é uma data que nunca gostei muito, mas de um tempo pra cá meus aniversários têm sido bem desagradáveis. Aí junta férias entendiantes, natal e uma passagem de ano quase sempre bem frustrante. Tudo isso me leva ao fundo do poço e, em seguida, me dá gás pra começar o próximo ano totalmente novo, revolucionar.
Em 2010 foi diferente. Tudo foi diferente. A começar pelo início, num reveillon meio sem pé nem cabeça, seguido do fim de um relacionamento que, embora me fizesse muito mal, foi muito difícil de abrir mão. Entrei na academia, arrumei um emprego, saí da academia. Fiquei doente, fiz cirurgia, fiquei deprimida (daquele jeito meu que só eu conheço). Comecei a namorar, apaixonei, desapaixonei, fiquei solteira. Comecei estágio, fiz monografia E aí veio o dia que me tirou da inércia.
Meu aniversário, no fim de novembro, é sempre uma data coberta de expectativa. O dia seguinte é sempre cheio de frustração. Nesse ano, pela primeira vez, a data não foi cercada de expectativas. Resolvi me livrar, ou pelo menos tentar, das coisas que fazem mal. Meus pais já haviam dito que não me dariam presentes e, como eu havia trabalhado a maior parte do ano, não fez muita diferença. Concentrei minhas atenções no fim do curso de graduação e, consequentemente, na formatura. Quis diminuir a importância do aniversário e planejei uma comemoração só para os meus pais, irmãos e mais 2 ou 3 amigos. Caiu uma tempestade daquelas, o que também já é esperado para o meu aniversário - desde que eu me lembro é assim. A luz do buteco acabou. A luz do bairro acabou. Metade de Belo Horizonte inundou. As pessoas que não vinham antes, também não vieram agora, mas pouco a pouco, minha família, que diga-se de passagem é muito foda, e meus amigos foram aparecendo na porta do bar, juntando-se a mim na comemoração. O que me deixou ainda mais surpresa e alegre foram os telefonemas: amigos preocupados em justificar a ausência e desejar-me um feliz aniversário. E os presentes? Parece que foi a primeira vez que ganhei e pareceram tantos! A propósito, hoje, passado quase um mês do meu aniversário, ganhei mais um.
Depois da bagunça que foi esse ano, tudo o que eu precisava era me sentir querida. Veio a minha formatura. Fiquei doente sem saber do meu futuro, preocupada em arrumar um emprego. Fiquei ainda mais doente. Fui ao médico, voltei ao psicanalista. Guardei a preocupação na última gaveta do armário. Aí começou: festa, comemoração, compra roupa, festa, compra bijouteria, compra maquiagem, festa, aperta roupa,vai no salão, atravessa a cidade pra arrumar o cabelo, festa, aperta roupa denovo, mais festa. Ufa! Foi a melhor correria da minha vida. Quando eu achava que estava tudo perfeito veio o melhor presente do ano: Uma viagem para Fortaleza que será feita logo nos primeiros dias de 2011.
Então veio o natal e quando eu deveria filosofar sobre o que deu errado e o que deu certo, eu não tenho nada do que me arrepender. Acho que o que me deixa assim satisfeita foi o simples fato do ano não ter passado em branco, de eu ter passado o ano mais fazendo do que planejando. Foi um ano de realizações, de acontecimentos e fico muito feliz por ter tido a oportunidade de ter vivido e crescido tanto.
Por fim, a reflexão de fim de ano é um agradecimento a Deus pela vida e pelas pessoas especiais que estiveram no meu caminho, é um brinde pela alegria que vem me bater à porta todos os dias e um pedido para que o ano que vem seja tão agitado quanto esse, bem do jeito que eu gosto.