04/03/2010

O Pequeno Príncipe

Assim o principezinho, apesar da boa vontade de seu amor, logo duvidara dela. Tomara a sério palavras sem importância, e se tornara infeliz.
"Não a devia ter escutado - confessou-me um dia - não se deve nunca escutar as flores. Basta olhá-las, aspirar o perfume. A minha embalsamava o planeta, mas eu não me contentava com isso. A tal história das garras que tanto me agastara, me devia ter enternecido..."
Confessou-me ainda:
"Não soube compreender coisa alguma! Devia tê-la julgado pelos atos, não pelas palavras. Ele me perfumava, me iluminava... Não devia jamais ter fugido. Deveria ter-lhe adivinhado a ternura sob os seus pobres ardis. São tão contraditórias as flores! Mas eu era jovem demais para saber amar."

Antoine de Sainte-Exupéry


Não foi no primeiro, nem no segundo, talvez nem no terceiro, mas foi em algum lugar entre tantos livros que percebi que eles têm vida própria. Eles vêm parar em nossas mãos por vontade própria, entendem sempre muito bem as situações pelas quais passamos e têm sempre algo extrememante valioso a dizer.

Identificar-se é, ao mesmo tempo, o desabafo e o consolo.

Um comentário:

Iraê A. disse...

É uma bela história essa, né? Eu gosto bastante. Boa escolha.
Sigo passando.


Vale