19/02/2009

"Alguma coisa a gente tem que amar..."

Eis que essa semana me descobri uma criança com Apego Inseguro Evitativo.

Isso significa que em algum momento da minha infância eu me senti abandonada por meus pais e que, quando eles voltaram, reagi de forma indiferente, evitei-os e fingi que tudo estava bem.
A criança com apego inseguro evitativo não tem problema em se relacionar com os outros, haja visto que não se sente ameaçada ou tem raiva. Isso se deve ao fato dela, dali pra frente, não se apegar a ninguém. É uma crinça que evita relacionamentos profundos, por assim dizer. Ela evita os próprios pais.

No meio daquela aula de pediatria meu coração estremeceu e meus olhos se encheram de lágrimas. Sim, eu me sinto abandonada e me senti diversas vezes ao longo da vida.
Apesar de hoje entender que meus pais sempre se sacrificaram por mim, o sentimento que tive durante a infância está marcado a ferro e fogo.

E então me deparei com a questão: isso pode ser mudado?
e a resposta veio logo: sim, com muito, muito amor.
A pessoa que teve apego inseguro tem que encontrar alguém que lhe dê todo amor que lhe faltou, ela precisa ser deitada no colo, precisa receber carinho.

Foi aí que eu lembrei da Thatá e de como eu sempre admirei a capacidade dela de exalar amor. Sinceramente, pra mim parecia quase irreal. Não entendia como alguém podia ter sentimentos tão intensos, como alguém poderia carregar tanta paixão.
E pior, como alguém tão diferente de mim poderia ter tanta 'sinergia'.
Nessa semana eu entendi.

A Thatá tem em si todo o amor que eu preciso ganhar. Acredito que ela foi uma criança com apego seguro.
Obviamente ela também precisa de amor, mas tenho a impressão de que alguém que fala com tanta propriedade deste, com certeza já foi amada.
Como invejo o dom que a Thatá tem de sonhar!

Me rendo afinal à este bendito. Me rendo àquele que sempre evitei.
Reconheço que o amor existe e mais, que preciso dele.
Mas sei que ainda falta algo para mim e para a Thatá, um amor carnal, amor pelo sexo oposto, um amor eterno, um amor de filme.

É uma fase de descoberta e crescimento, não tenho pressa.
Ainda tenho que pensar em uma solução pra tudo isso.
Mas hoje eu tenho certeza que a minha vida nunca mais será a mesma.

Agradeço à todos aqueles que superaram as barreira que eu impus e se dedicaram,pelo menos um pouco, à mim.
[Obrigada, Thatá. Por se fazer tão próxima.]

04/02/2009

É o fim do fim

Não sei bem dizer o que se passa.
Eu sei que eu errei, mas só agora percebi a gravidade do meu erro.
Não pelas consequências, mas pelo o que me levou a cometê-lo.

Havia sido uma semana fantástica.
E já não sei se tenho coragem de ser otimista.
Aliás, isso sempre me faltou: coragem.
A medicina chinesa diz inclusive que os problemas renais estão ligados ao medo.

Sou mais imatura do que pensei que fosse. Ou talvez seja só proteção.
Não estou disposta a abrir mão do meu conforto.
E nem sei por quê.

Acho que no fim das contas não sei quem sou.
Não sei se tudo o que eu faço é pra agradar ou para contestar.
Não tenho muita consciência dos meus atos. E mais, acho-os ridículos.

Não sei...
Não sei...

No momento eu só consigo chorar. Pra variar.