18/02/2011

Revoltei!

Outro dia me peguei fazendo planos e mais planos para comprar mil coisas e economizar muito dinheiro para poder me cercar de luxos: Iphone, notebook, sapato, roupa, bolsa, jóias. Foi quando parei pra me perguntar: E isso tudo é pra que? Pra fazer parte de que?
De onde vieram todos esses desejos completamente dispensáveis? E o sonho de comprar um carro e, automaticamente, um pouquinho de autonomia? E o sonho de viajar sempre que for possível e, aos poucos, conhecer o mundo todo? E meu futuro apartamento?
As pessoas, e eu me incluo aí, sonham em não precisar de aprovação ou reconhecimento, e depertar a afeição alheia sem esforço. Fizeram-nos pensar que quem nos daria esse poder seria o dinheiro.

Foi aí que percebi a influência das redes socias sobre mim, e acredito que sobre todo mundo.
Fiquei lembrando da minha irmã mais nova postando mil fotos no tumblr de vários cafés e produtos derivados como se amasse a bebida, e pedindo refrigerante quando fomo no café do shopping. Fiquei pensando no tempo que ela perde em frente ao computador. E em como ela não faz nada de útil na internet e, principalmente, em como ela se parece comigo.
Ficou fácil ser outra pessoa. Parecer legal, moderno, cheio de amigos. Todo mundo sabe aonde você vai, com quem e o que vocês fazem. Todos tem os melhores smartphones, usam as ferramentas mais modernas, reclamam dos seus trabalhos, vão aos lugares da moda, bebem até cair, riem e são felizes com seus amigos. É como se as pessoas tivessem que dar satisfação pra mundo. Comprovarem que são legais e bem aceitos na sociedade. E tudo isso em tempo real.
Era pra ser um desabafo, uma interação, mas estão forçando a barra. Eu entrei nessa sem perceber.
A verdade é que viver conectada à internet já não me parece um bom negócio. As redes sociais me prendem a um passado que já não faz mais parte de mim e me fazem querer um futuro que nada tem a ver comigo. Esse mundo virtual desperta o pior em mim - Mentira, inveja, remorso, raiva. Não foi isso que sonhei pra mim.

Depois disso fiquei bem afim de mudar de vida, deixar o passado aonde ele deve ficar. Livrar-me do que me faz mal, voltar pra academia, continuar com o violão, estudar um pouco, ler mais livros, sair mais de casa, ver mais filmes, me alimentar melhor. Estou querendo parar de fazer coisas para agradar os outros e chamar atenção de não sei quem. Quero viver pra mim. Quero conhecer mais gente e mais lugares, e quero, principalmente, que isso seja real. E sinto que essa é a melhor hora. Ano novo, emprego novo... Tem que ser agora!

Então aparece o 1° problema: Se é tão ruim, por que não abrir mão de tudo isso logo? Porque o acesso à internet também me trouxe coisas boas. Muitos amores, muito conhecimento, mas principalmente, muitos amigos. Sintam-se honrados, queridos hermanos da mesa de bar, pois é por vocês que continuo nas tão famigeradas redes sociais. Por vocês e por aqueles que tenho pouca oportunidade de ver.
Aí chegamos ao 2° e principal problema: Quantas vezes você leitor já não viu manifestações como essa por aqui? Praticamente todo o blog se baseia nisso. Conclui-se então que nunca deu certo. Tenho vontade de fazer coisas mais interessantes mas acho tremendamente difícil levantar a bunda dessa cadeira. Por isso a minha atitude desesperada de querer sumir com orkut, twitter e etc. Uma tentativa de diminuir meu anseio pela internet e estimular a realização de atividades produtivas.

Mais um desafio para 2011: largar o computador sem abrir mão da internet.
Essa sou eu brigando comigo mesma.
Alguma sugestão?

Um comentário:

Hilário Ferreira disse...

"Mapas do acaso" em alusão ao livro, à música ou ao sentido da expressão?
Sobre o computador eu vejo a reedição das críticas feitas à TV. No entanto, quem criticava veementemente a Tv parecia esquecer que havia o botão vermelho: aquele que desliga.