08/06/2009

O céu de inverno

Poucas coisas atraem tanto o meu olhar quanto o céu nos dias de inverno.
É um azul tão límpido colorido uniformemente como se fosse um tecido.
Devagarzinho ele cai e vai clareando até tocar o chão, branco como leite.
As nuvens não sequer se atrevem a nos distrair da beleza do céu de inverno.
O sol também se rende à imensidão celeste.
Ele se empenha em apenas iluminar.
Distribui um calor brando que mais parece um abraço.


Nas manhãs de inverno meus olhos parecem ter vida própria. Teimosos, insistem em se voltar sempre para o anil do céu. Fixos.
Um imenso vazio azul.
Acho que o céu de inverno para mim é como o mar para aqueles que moram no litoral.
Talvez menos leviano e traiçoeiro. Talvez mais discreto e sutil.


O céu de inverno é um pouco como povo mineiro.
Tímido e manso.
Passa despercebido por aqueles que se preocupam demais.
Com o frio, com as relações sociais.
Mas ah! O céu de inverno aquece até os corações mais gelados.









[As fotos desse post são de pequenas cidades do interior de Minas. Acho que nem o mineiro sabe a beleza que guarda o seu estado.]

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