17/04/2009

Pro dia nascer feliz

Mudar deveria ser, e no fim das contas realmente é, uma constante em nossas vidas.
É o que dizia um poema que li em um dos vários banners espalhados pela faculdade.
"Nascer é muito comprido."


Um sonho nunca é sonhado duas vezes.
Um pensamento jamais está duas vezes no mesmo lugar.
A maioria das nossas mudanças acontecem sozinhas e rotineiramente.
É o que chamamos de maturidade.
Entretanto existem coisas que precisam ser mudadas pelo nosso esforço. Essas são as que nos fazem sofrer mais.

Tanto sofrimento não vem (somente) do tempo e energia dispendidos nesse processo, mas da dificuldade que é saber o que mudar e, principalmente, como fazê-lo.
Reconhecer nossos pontos fracos é uma uma tarefa assás árdua, mas necessária e ainda mais compensadora. Isso porque além de explicar nossas maiores dificuldades nos dá a falsa esperança de que tudo vai se resolver.

Aí você se depara com uma verdade atormentadora: Como?
Impreterívelmente você percebe que, para seu desespero, você precisa sim dos outros.
E precisa que eles tenham o discernimento que você teve e se proponham a mudar também.
E ah! Esperar qualquer coisa é demasiadamente torturante.


Pra piorar, você percebe que o problema quase sempre é você.
Você e seus valores tão bem arraigados, seus dons e seus talentos.
O problema é você e toda a sua invencibilidade mascarada de sensibilidade ou vice-versa.

É claro que se procurar você sempre achará algum outro culpado indireto. A culpa não é sempre da mãe? Freud era realmente esperto. Só gostaria de lhe fazer uma pergunta: E DAÍ?


Não é possível mudar o que já está feito.
Abrir mão de si também faria todo o processo perder completamente o sentido.
Devemos mudar, mudar completamente, mudar o futuro sem mudar o passado...
Mas devemos continuar sendo nós mesmos, firmes e decididos.
É preciso mudar para sermos cada vez mais nós mesmos.
Mudar o você que o outro vê sem mudar o outro.


Às vezes acho que isso é simplesmente impossível.
Como dizer as palavras que estão presas no fundo da garganta sem usar a sua voz?
Como caminhar sem usar seus pés?
Como não mudar quando se está mergulhado no problema que outrora você nem sequer conhecia?
Como abrir mão do seu eu pra que ele seja você?




Nascer é muito comprido.




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