14/03/2014

Apesar de tudo acho que estou no caminho certo. Continuo falhando em atingir meu objetivo mas nunca dou um passo pra trás. Aos poucos eu vou me conhecendo melhor e a minha cabeça começa a se ajeitar.
Sobre isso tive uma epifania enquanto voltava de ônibus pra casa. A epifania de hoje foi, em certa parte, muito simples. Consistiu em ligar dois fatos por mim já conhecidos, mas até então desconexos.

1º fato - A comida é para mim uma forma de punição.
2º fato - Eu não sei lidar com limite.

E aí foi que eu percebi que a comida é o limite. O limite que imponho a mim e ao outro. Fisicamente, inclusive, impedindo e/ou dificultando a proximidade e o toque. O limite é algo que eu espero que o outro me imponha, e, quando feito, tudo o que eu normalmente faço é chorar. Não sei como lidar.
Na construção da minha história coube a mim mesma colocar-me limites. É aí que a comida entra.
Eu sou muito exigente comigo mesma, mas na verdade mal me conheço. Enfiei nessa minha cabeça dura que eu deveria fazer o que desejo e pronto. Mas o que eu desejo? Deixo-me levar pelas vontades e impulsos, sem saber muito o porquê. Faço e logo percebo que não era o que eu queria. Então me arrependo e vem a vontade de comer. Mais um erro. Mais uma culpa. Vergonha. Ocupo-me nesse momento em punir-me e enterrar o erro sob uma montanha de comida.
É algo que acontece frequentemente com quase tudo na vida. Desde escolher entre dormir ou ir a academia até envolver-me com amigos e amores que quase nada têm a ver comigo.
De vez em quando, toda essa angústia e todo mal trato acaba vindo à tona de forma exagerada e confusa, geralmente em atos que eu não consigo explicar bem, como um demasiado carinho direcionado a alguém que não faz parte da minha vida ou palavras rudes e desconexas, uma revolta sem aparente porquê. Nesse momento, geralmente, a dor aumenta e eu como mais. Como porque não mereço ser vista, escondo-me. A comida é ao mesmo tempo o castigo e o remédio.

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