21/12/2013

Veio voando e sem fazer qualquer barulho pousou em minha janela. Ficou ali, como quem esperasse um convite pra entrar.
Depois de muito esperar, cantou. Um canto singelo e doce.
Permaneceu parado.
Abri as portas e as janelas e ele continuou ali, no seu samba de uma do só.
Convidei-o para entrar e ainda assim ele não entrou.
Eu cantarolava a mesma melodia e ele entrava na dança. Parecíamos dividir os mesmos ares, mas ele não quis entrar.
Esperei que tivesse vontade, mas seu canto passou a desafinar.
Entoava melodias que já não eram tão belas.
Ele ainda estava ali, mas agora cantava para outras janelas.
Não ia embora, mas não queria entrar.
Esperava um pássaro livre e encontrei mais um refém dos desejos.


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