23/09/2013

Agora - despida, caída, ferida - não consigo me lembrar porquê deixei você entrar.
Não foi seu sorriso, seus olhos ou sua boca, que, apesar de serem belos, não tinham nada de especial.
Não foi o seu papo ou o seu groove, a delicadeza ou a inteligência. Não vi muito disso em você.
Com certeza não foi o jeito rude de falar das mulheres ou a frieza ao meu lado.
Talvez tenha sido o meu cansaço, que depois de tantos encontros e desencontros, só me fazia querer outro corpo colado ao meu.
Talvez tenham sidos os dias, meses ou talvez anos que desperdicei esperando que alguém viesse bater à minha porta.
Talvez tenha sido porque você foi o único que apareceu.
Quando abri os olhos só vi o vazio que havia em mim e, aflita, fui correndo te receber.
Fechei os olhos, abri a porta.
Me larguei, me esqueci.
Você me amou, me feriu e mais me amou. E então foi embora. Deixou a porta aberta.
Foi aí que percebi que tinha aberto mais do que uma porta.
Abri outra ferida em mim.

2 comentários:

Iraê A. disse...

Tete! O importante é que amou, minha companheira! Veja sempre pelo lado bom, e da próxima vez, já que a porta está aberta, considere que o amor deve ser maior que a dor. Baden Powel dizia que "amor só é bom se doer". Vinícius "é preciso um bocado de tristeza, senão não se faz um samba não". Casemiro da Portela "Se não houver tristeza, o samba não sai bonito". A vida há de ter mais alegrias que tristezas, e as tristezas não podem ser tão importantes que não sejam dignas de serem lembradas!
Estou pensando em voltar a escrever no blog, rs.

- Tetê - disse...

Vc está pensando? Depois desse comentário eu tenho certeza de que você deveria. rsrs
Obrigada. Palavras delicadamente confortantes como sempre.