15/09/2011


Não é que ele fosse especial, é que ele tinha sido o único até hoje que tinha lhe dado valor, não o real valor que no fundo ela sabia que possuia, mas algum valor. Ainda que todas essas constatações fizessem parte de um passado, revê-lo mexeu em algo dentro dela. Ela já não o achava feio (a vida tinha lhe ensinado a pagar caro pelos julgamentos que fazia precipitadamente), ela já não achava ninguém feio. Foi aí que seu desejo lhe armou uma armadilha e sonho após sonho, ato falho após ato falho ela foi se vendo apaixonar por alguém que sequer fazia parte da sua história. Ele era um parágrafo pequeno no meio de uma página inteira de clímax. E agora - como entender? - o protagonista toma pra si o papel principal e o príncipe sobe em seu cavalo branco e vem lhe buscar num sonho de uma noite de verão. Ele tinha o charme de todo anti-herói.


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