Para a moça de vestido estampado

Minha querida,

apesar de ter visto e ouvido as críticas nada construtivas que você fez à mim, eu não vim até aqui pra brigar com você.
Vim, porque me sinto no direito de protestar.
Primeiramente porque você é uma das coisas que me fazem perder a fé na humanidade. Você é uma mente limitada, que se contenta em falar somente de outras pessoas. Limitada e talvez problemática, com o perdão da má palavra.
Entristece-me mais ainda saber que você é só mais uma alienada nesse mundo louco.
Passei boa parte da noite conversando sobre psiquiatria, antropologia e sociologia.
Outra parte me divertindo com a minha família, mas confesso que a suas atitudes QUASE estragaram minha noite. Em segundo, me sinto magoada também com a medíocridade que demonstrou ao interpretar meus gestos e se recusar a ler as entrelinhas. E pior, isso te fez querer me humilhar para poder se elevar. Não posso negar que sou também um ser sociável e não me enquadrar nos tão importantes padrões me faz sentir um pouco inferior, mas creio que sou esclarecida quanto a isso, não me conformo é com a pobreza da alma das pessoas.

Obviamente não iria falar com você pessoalmente pois não esperaria menos que uma resposta rude e superficial. Tampouco gostaria de estragar a festa de casamento do meu primo. Além de isso não ser do meu feitio, não faria diferença nenhuma na minha vida, como não fez na sua, falar mal de mim.

Palavra tem peso de verbo e talvez hoje eu demore pra dormir, mas você, meu bem, tá jogando uma vida inteira fora.





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A menina feia da mesa ao lado