Levantou-se. Passou a mão pelos cabelos sabendo que não seria suficiente para que eles ficassem belos como nas propagandas de shampoo e prendeu as mechas de uma forma que pudesse esquecer que as possuía por alguns minutos. Faltava-lhe paciência para as coisas do dia-a-dia: Fazer almoço, ir ao banco, calibrar os pneus do carro e até pentear os cabelos. Quando saiu da casa dos pais não pensou que ficaria tão ocupada com afazeres domésticos. Várias vezes havia deixado de pagar algumas contas e já havia passado o dia todo sem comer só porque estava com preguiça.
Agora caminhava até a cozinha pra beber o chá que a essa altura já devia estar frio. Não fazia questão de acender a luz. Gostava de sentir o calor do sol que entrava de mansinho por uma pequena abertura na cortina. Ficava hipnotizada por aquele jogo de luz e sombra no chão da cozinha todo fim de tarde. Era ainda mais belo quando era acompanhado pelo silêncio, coisa rara naquela região da cidade.
Ela gostava de ficar sozinha. Nunca tivera muitos momentos para encontrar consigo mesma naquela casa sempre cheia em que cresceu. Não que não gostasse daquela agitação de família grande. Sempre sorria ao lembrar de pequenos acontecimentos que só alguém que tem muitos irmãos pode entender o que é. Por causa de sua família ela tinha se tornado uma pessoa quase boa. Aprendeu a dividir e a compreender as diferenças, aprendeu a ver alegria nas pequenas coisas e a defender quem ama. Ainda assim gostava de estar só. Sempre foi uma boa companhia para si mesma.
Agora caminhava até a cozinha pra beber o chá que a essa altura já devia estar frio. Não fazia questão de acender a luz. Gostava de sentir o calor do sol que entrava de mansinho por uma pequena abertura na cortina. Ficava hipnotizada por aquele jogo de luz e sombra no chão da cozinha todo fim de tarde. Era ainda mais belo quando era acompanhado pelo silêncio, coisa rara naquela região da cidade.
Ela gostava de ficar sozinha. Nunca tivera muitos momentos para encontrar consigo mesma naquela casa sempre cheia em que cresceu. Não que não gostasse daquela agitação de família grande. Sempre sorria ao lembrar de pequenos acontecimentos que só alguém que tem muitos irmãos pode entender o que é. Por causa de sua família ela tinha se tornado uma pessoa quase boa. Aprendeu a dividir e a compreender as diferenças, aprendeu a ver alegria nas pequenas coisas e a defender quem ama. Ainda assim gostava de estar só. Sempre foi uma boa companhia para si mesma.

Acendeu um cigarro. Seus pensamentos vinham tão rápidos à mente que precisava de nicotina para freiá-los. Era uma mistura de ansiedade, tristeza, desânimo e esperança. Gostava de cultivar esses sentimentos, não lhe faziam sofrer. Ao contrário, faziam-lhe sentir que estava viva e davam a ela a vontade de apoderar-se cada vez mais deles. O que para a maioria das pessoas seria uma cena triste e melancólica era para ela agora um prazer imensurável. Isso era viver intensamente.
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